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Élis chega ao mercado com pipeline de 200 MW em GD solar

Élis chega ao mercado com pipeline de 200 MW em GD solar

Empresa criada pelo Pátria Investimentos foca em recuperar projetos e já fechou contratos para infraestrutura de usinas da Evolua e Safira Energia

Lançada pelo Grupo Pátria em outubro do ano passado, a Élis chega ao mercado de infraestrutura solar para geração distribuída desembolsando US$ 120 milhões e assinando dois contratos de longo prazo para arrendamento de usinas solares com a Evolua Energia e Safira Energia. Os acordos envolvem a compra de 40 MWac e de 20 MWac a 30 MWac por 20 anos, protegidos contra a inflação e com opção por mais incrementos.

Em entrevista à Agência Canal Energia, o presidente da companhia, Pierre-Yves Mourgue, disse que trabalha com um pipeline real de projetos de pelo menos 200 MWp aproveitando ainda a janela regulatória de 7 de janeiro, com o foco inicialmente recaindo em iniciativas brownfield. A ideia é recuperar projetos de terceiros, implementando, operando e mantendo usinas pelo país, assim como nas questões de financiamento, sendo uma das 60 empresas alavancadas pelo fundo com gestão em diversos ramos econômicos.

“Nosso modelo é pegar um terreno, uma conexão, um parecer de acesso e os parceiros focam na parte de comercialização e o trabalho de compensação da energia”, explica, citando a prospecção de clientes em associações de consórcio ou cooperativas com os sistemas de compensações e interface com as concessionárias.

O executivo, que liderou recentemente a GreenYellow no Brasil, trouxe boa parte do time da empresa de eficiência energética e solar para a Élis, ressalta conversas avançadas com mais três clientes, e que as obras para as primeiras implantações começaram há mais de um mês em Minas Gerais. A primeira tem metade da conclusão em Divinópolis, e depois a companhia partirá para iniciativas no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Nordeste.

“Na medida que os projetos ficam viáveis temos um mecanismo, a partir de um acordo de base de preços, para ajuste dos valores. Depois se assina o contrato de longo prazo”, complementa Mourgue. Quanto aos fornecedores, a empresa adquire trackers nacionais, módulos chineses e inversores da Huawei e Sungrow, com transformadores e demais equipamentos para os ativos vindo de fornecimento local.

No contrato de guarda-chuvas com a Evolua, companhia da qual Mourgue é cofundador, está prevista a gestão de aproximadamente R$ 550 milhões para criação de mais de 30 usina fotovoltaicas, fazendo a parceira alcançar mais de 260 MWp de disponibilidade de energia até
2024 em sete estados. “Estamos nessa onda da janela regulatória que é curta, e atualmente o trabalho é viabilizar o máximo que puder do pipeline de projetos”, afirma o presidente.

Com seis meses de criação, outra novidade é que a Élis acaba de inaugurar um novo escritório em São Paulo e planeja ter 40 colaboradores nesse ano, contando atualmente com 30. O quadro corporativo é composto por diretoria financeira, recursos humanos, administração, engenharia, meio-ambiente, conexões, implementação, além do apoio de uma célula jurídica. Alan Pousa é o
CEO, vindo da GY, e Tony Wang o CFO, oriundo do Pátria Investimentos.

Sobreoferta e perspectivas Questionado sobre qual será o equilíbrio econômico do negócio após a agenda regulatória, com o pagamento inicial de 15% do fio B, Mourgue atenta para a equação entre a taxa compensada, desconto para o cliente, espaço para a comercialização e tarifas como a Tusd/Tust, analisando que provavelmente haverá estados onde se poderá continuar com a GD porque o fio B é um certo nível e a irradiação é boa.

“Vai depender também do dólar e os investimentos internacionais nos módulos, inversores e trackers, o que é cedo para saber. O certo é que a GD vai continuar, mas será mais restrita” , pondera o executivo.

Outro ponto destacado é a quantidade de protocolos necessários para um parecer de acesso, classificando como algo “impressionante” e que é um dos pontos de trabalho com as concessionárias. Segundo ele, muitos projetos protocolados não tem a qualidade desejada, sendo preciso a análise e uma pré-triagem dos terrenos e questões de drenagem, além de pareceres reprovados por inversão de fluxo ou que falta o orçamento.

“Em regiões onde a sobrecarga de projetos é tão grande fica difícil e outros tem que fazer os ajustes técnicos de escoamento local. A GD é um trabalho de muitos detalhes para muitas obras em paralelo”, aponta Pierre.

Sobre a entrada em novos segmentos no futuro, o executivo não descarta outras formas de geração de energia, eventualmente autoprodução de pequenas escalas e a eficiência energética como também um caminho plausível. Já as baterias devem demorar ainda entre cinco à dez anos para serem viabilizadas em sua avaliação, com uma primeira onda vindo para regular a distribuição, fazendo projetos em massa de estabilização ao invés de um reforço de linha, assim como para os sistemas isolados.

“Na GD o que vejo para as baterias é deslocar uma parte da carga para o pico mas ainda tudo mostra que o equilíbrio econômico ainda irá demorar, começando com as aplicações começando para o segmento de transportes”, conclui Pierre-Yves Mourgue.

 

Fonte: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53245054/elis-chega-ao-mercado-com-pipeline-de-200-mw-em-gd-solar